Na Europa, o mercado veio antes do Estado absolutista. Foi a classe dos comerciantes (burgueses), que viviam nas cidades (burgos), que, em função do desenvolvimento mercantilista (séculos XV/XVI/XVII), induziram os reis a unificar grandes territórios em favor da redução dos múltiplos impostos que eram cobrados nas infindáveis fronteiras dos principados e condados, ainda de cartografia medieval, reduzindo, em consequência, o custo das transações comerciais.
No Velho Mundo, em razão da pujança da economia de mercado – expansiva e inovadora –, as classes empresariais sempre se impuseram aos governantes e à burocracia, liderando os processos de transformação social; ao passo que, no Novo – à exceção dos EUA (que viveram um tipo diferente de formação cultural e política, de influência britânica) – , foram a burocracia e a classe política que, desde as origens, sequestraram o protagonismo da dinâmica econômica e social e comandaram os destinos das emergentes nações, encasteladas no poder de Estado.
1 – Na economia: a liderança, pelos países europeus e os EUA, das revoluções científico tecnológicas nos séculos XIX e XX, com a valorização de empreendedores e cientistas (geradores de riqueza), contraposta à conservação burocrático-formalista, pelos latino-americanos, com a priorização de funcionários públicos, advogados e juristas (consumidores de espólio);
2 – Na política: a consolidação, em solo europeu e norte-americano, do modelo liberal de democracia representativa, de ampla participação cidadã, diferentemente da cristalização plagiada e artificial de modelo democrático no restante do continente americano, de conteúdo postiço e de DNA oligárquico e corporativo, com traços e resquícios imperiais.
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