Às vezes, a aparência esconde ou distorce a essência dos fatos, desviando-lhe o foco e a atenção. Outras, ao contrário, sinaliza e taquigrafa o seu significado mais profundo, servindo como “ponta do novelo” à diligente linha de observação. Este é o desafio de toda análise que busca a conexão de sentido entre as coisas, em bases empíricas evidentes.
A dita “CPI da COVID”, ora em fase terminal de sua suspeitosa e longa trajetória, é um exemplo dessa premissa.
Pois ela não representa (ou expressa) apenas o “circo de horrores” (descortesias, abusos de autoridade, ilegalidades) performados por seus ignóbeis protagonistas de plantão, conquanto expõe, em tempo real, perante toda a sociedade brasileira – e sem disfarces(!) –, a própria natureza degenerada e putrefata do sistema político vigente – na sua totalidade.
Não se pode ignorar que as digitais da “CPI do Circo” são as mesmas do Senado Federal (que a constituiu), do Congresso Nacional (que a acolheu) e do STF (que a determinou).
Exibe e ostenta, dessa feita, semelhante caráter e idêntica genética de suas correspondentes e sobrepostas instâncias hierárquicas – dessas sendo, tão somente, uma heurística e típica amostragem.
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