Andréia Sadi, G1
Com a entrega de cargos-chave, líderes dos principais partidos do Centrão garantem blindagem política ao presidente Jair Bolsonaro se o Planalto precisar de apoio para sobreviver politicamente no Congresso a um eventual processo que tenha como base acusações do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, como a de interferência política na Polícia Federal.
Porém, o bloco, o maior da Câmara, não endossará a briga de Bolsonaro contra o Supremo Tribunal Federal (STF), pelo contrário: apesar dos cargos, líderes afirmam ao blog que ficarão com a defesa da Corte. Esse é o limite do Centrão, avalia o presidente de uma legenda ouvido pelo blog.
“Nosso compromisso é com Bolsonaro, mas ninguém vai embarcar na aventura de endossar ameaças ao STF. Jamais vamos enfrentar o STF. Aí você está falando de democracia, de instituições. Entre Bolsonaro e STF, ficamos com o STF”.
No entanto, admitem líderes dos principais partidos, que o cenário é outro quando se analisa de forma isolada as acusações de Moro — tido como antagonista do Congresso, por conta de suas investigações quando juiz da Lava Jato. “Aí nosso compromisso é total com Bolsonaro”, disse o presidente desta sigla.
De olho no apoio para eventual sobrevivência política de Bolsonaro, o governo negociou a entrega de cargos com o Centrão, cedendo postos como o FNDE, fundo bilionário de educação que é alvo de cobiça de políticos.
Tanto no Executivo como no Legislativo, a avaliação, hoje, é de que os inquéritos que correm no STF ainda não têm força para um processo de impedimento no Congresso. Mas se preparam para cenário adversos pois admitem que quem ditará o ambiente político nos próximos meses será a crise econômica pós-pandemia e o cenário de vítimas da crise sanitária.
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