15/03/2022

Em fortes declarações, diretor da Abin abre o jogo sobre Moro: "Acabou sendo uma grande decepção"

O diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), e delegado da Polícia Federal, Alexandre Ramagem, em entrevista para um canal policial, desabafou sobre a postura do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro no cargo. O ex-juiz federal rompeu relacionamento com o presidente Jair Bolsonaro (PL), em abril de 2020, no início da pandemia da Covid-19. Ao pedir demissão, Moro disse que o chefe do Planalto queria interferir na condução da PF para, supostamente, obter favores. Nenhuma acusação, no entanto, ficou comprovada. Mas, Ramagem, que era o diretor da Polícia Federal na época, foi retirado do posto por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Após dois anos do ocorrido, Ramagem desabafou sobre a passagem-relâmpago do ex-juiz no Governo Bolsonaro e não poupou críticas.

- O Moro, no Ministério da Justiça, primeiro, parecia um grande acerto, uma grande esperança. Depois, acabou sendo uma grande decepção. Depois, o que se viu foi uma grande traição, uma deliberada traição e não uma traição pro presidente, mas uma traição à sociedade, ao Brasil - avaliou.

- (Quando) O Moro foi escolhido (para o cargo), o presidente já era eleito. Então, o Moro já sabia das bandeiras do presidente: direita, conservador, linha patriota, família, armamentista, liberalismo... Tava tudo ali do presidente! - completou.

- O presidente quis botar o Moro porque seria a nossa segurança de um grande nome ali, que traria austeridade no combate à corrupção - explicou.

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