Lula ressurge num momento extremamente crítico para os habituais inquilinos do poder, derrotados nas eleições presidenciais de 2018, particularmente em razão da resiliente popularidade do atual Presidente, Jair Bolsonaro, principal adversário na disputa, e da notória insolvência das estratégias de instauração de uma factível “terceira via” – cujos candidatos, até o presente, não decolaram.
O líder do PT restou, assim, como a única alternativa viável à retomada da Chefia do Executivo pelas forças do tradicional patrimonialismo oligárquico (e seus “sócios” de ocasião), que, não por acaso, em afinado arranjo e sincronia, entoam idêntico “samba de uma nota só” contra o execrado inimigo comum: partidos de oposição (ávidos do resgate de cargos e mandos); grandes grupos de comunicação (de olho na recanalização das verbas públicas aos seus cofres privados); portentosos banqueiros e empreiteiras (que mais lucram no compadrio governamental); certas corporações profissionais e sindicais (costumeiros quinhoeiros do “espólio”) – todos circundados por destacados jornalistas, acadêmicos e artistas (“consumidores” e “passistas” do mesmo “samba-enredo”), além de governos estrangeiros (interessados no acesso “amigável” às riquezas do solo, subsolo e biodiversidade tupiniquim) e organizações criminosas, como o narcotráfico (em busca de maior “liberdade” de ação e locomoção).
Todos, com a parceria e a retaguarda “militante” de alguns ministros do STF e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), apostam sofregamente as suas fichas numa intransferível e urgente subversão do atual quadro político nacional, notadamente adverso aos seus perseguidos e delituosos propósitos, com empenho concertado na retomada imediata do controle absoluto do Estado para a consecução dos conhecidos e cabulosos desígnios – os mesmos que sempre moveram as discricionárias elites ao longo de toda a história.
É nos contornos desse delineado e incestuoso cenário que se projetam as tendências e as expectativas mais salientes quanto ao retorno do PT ao poder.
Um partido que, após treze anos de governança absoluta, sem oposição efetiva (amortecida pelas pecúnias do “mensalão”), ao invés de ter implementado um projeto de Nação – como falsamente alardeava –, nada mais afirmou que um indigente e nefasto projeto de Poder, colocando inclusive em dúvida, pelos escombros legados, as reais intenções que o haviam motivado no atendimento parcial dos latentes anseios populares, por meio de políticas sociais estrategicamente (ou taticamente?) implementadas – como nos casos do Bolsa Família e das cotas sociais.
O PT, com todo o domínio e hegemonia que chegou a deter sobre as arenas máximas de decisão estatal (do Congresso Nacional ao STF), não foi capaz – ou não teve interesse (por concessão populista-demagógica aos grupos de pressão) – de promover, para além do assistencialismo mais imediato e circunstancial, as reformas estruturais de longo prazo de que tanto o país necessitava – já devidamente diagnosticadas àquela altura –, condição inexorável ao seu tempestivo ingresso, com vigor e sustentabilidade, no ritmo e na sintonia do século XXI, altamente globalizado e de fortes exigências competitivas, tecnológicas e pulsante dinamismo mercadológico – a exemplo da China (comunista!) e dos “tigres” asiáticos.
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