18/01/2022

Para nunca esquecer: Dois líderes que se diziam "irmãos"

“Sei dos erros e ilegalidades que cometi e assumo minhas responsabilidades. Mas não posso deixar de destacar o choque de ter visto Lula sucumbir ao pior da política no melhor dos momentos de seu governo”. (Carta publicada na imprensa por Palocci solicitando desligamento do PT).
Na edição de nº 2560, veiculada em 13 de dezembro de 2017, quando a imprensa decadente ainda tinha alguma vergonha, a revista Veja publicou uma reportagem bomba, cujo título era “Por dentro do bolso do ditador”.

Para ninguém esquecer quem são, verdadeiramente, aqueles que hoje se apresentam como salvadores da pátria, eu trago aqui os trechos mais importantes da reportagem devastadora:

Eles estão no encontro da Cúpula América do Sul-África, que aconteceu na Venezuela em 2009. Dois líderes que se diziam “irmãos”.  E que irmãos! Vejam só o que fez Kadafi na Líbia:

“Durante 42 anos, Kadafi governou a Líbia seguindo o protocolo dos tiranos. Coronel do Exército, ele liderou um golpe em 1969. No poder, censurou a imprensa, reprimiu adversários e impôs leis que permitiram punições coletivas, prisão perpétua, tortura e morte a quem contrariasse o regime. Dinheiro líbio também financiou grupos terroristas e movimentos políticos em vários cantos do planeta.

Entre os que receberam recursos da ditadura Líbia estavam, de acordo com o ex-ministro Antonio Palocci, o PT e seu líder máximo, o ex-presidente Lula”.

“A revelação de Palocci está contida na sua proposta de delação entregue ao Ministério Público. Segundo ele, em 2002 Kadafi enviou secretamente ao Brasil 1 milhão de dólares para financiar a campanha eleitoral do então candidato Lula”.

Quem afirma isso é Antonio Palocci. Aqui estão suas credenciais, para mostrar que tudo o que disse é verdadeiro:

“Fundador do PT, ex-prefeito de Ribeirão Preto, ex-ministro da Fazenda do governo Lula e ex-chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff, Palocci esteve no centro das mais importantes decisões do partido nas últimas duas décadas. Condenado a doze anos por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, há sete meses ele negocia um acordo de delação premiada. Em troca de redução de pena, compromete-se a contar detalhes de mais de uma dezena de crimes dos quais participou. Um dos capítulos da colaboração trata das relações financeiras entre Lula e o ditador líbio — e tem potencial para fulminar o partido e o próprio ex-presidente”.

“Em delação premiada, o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró disse que, em 2005, a Sonangol, estatal petrolífera de Angola, fez uma oferta de blocos de petróleo. A Petrobras pagou 300 milhões de dólares para explorar os campos, e parte do dinheiro, o equivalente a 40 milhões de reais, teria retornado ao Brasil para financiar a campanha de Lula à reeleição. Diante dessa revelação, o PSDB pediu a cassação do registro do PT. O caso, em fase inicial, ainda tramita no TSE”.

Lula, na época da delação de Palocci, já havia sido “condenado a nove anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro e é investigado em outros doze casos por corrupção, lavagem de dinheiro, tráfico de influência e organização criminosa”.

Lula esteve com Kadafi pelo menos quatro vezes. Em 2009, foi à Líbia, ocasião em que saudou o ditador como “meu amigo, meu irmão e líder”. Parte do dinheiro que a Odebrecht deu a Lula era uma recompensa pela abertura do mercado da Líbia. Em 2011, o ditador Muamar Kadafi foi deposto, capturado e executado.

Continua a reportagem: Em 2007, empreiteiras do petrolão instalaram-se na Líbia para tocar obras de infraestrutura. Só a Odebrecht tinha contratos de mais de 1,4 bilhão de dólares.

“A Líbia tem grande potencial de geração de novos contratos e de investimentos”, festejou Marcelo Odebrecht.

“Em setembro, durante depoimento ao juiz Sergio Moro, Palocci assombrou o petismo ao revelar que houve ‘um pacto de sangue’ entre Lula e a Odebrecht. Segundo ele, pouco antes de deixar o governo, em 2010, Lula acertou com o empresário Emílio Odebrecht um pacote de aposentadoria, segundo o qual teria à sua disposição um fundo de 300 milhões de reais, receberia uma remuneração regular disfarçada em forma de palestras e teria agrados pontuais, como a reforma de seu sítio em Atibaia”.

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