24/01/2022

Bia Kicis alerta para risco de interferência no Telegram: "Censura e ataque à democracia"

A deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) resolveu ‘tocar na ferida’ e lamentou a notícia de que o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) teria intenção de levar ao congresso nacional o debate sobre a possibilidade de ‘interferir’ diretamente na plataforma Telegram, depois que diretor executivo do aplicativo russo ignorou alguns e-mails e até mesmo um ofício que cobrava informações e solicitava uma reunião, encaminhados em dezembro do ano passado.

Segundo o site Congresso em Foco, “o Telegram entrou na mira do TSE e uma das primeiras agendas de Roberto Barroso, na volta do recesso é se reunir com os demais ministros da corte, entre os quais Luiz Edson Fachin e Alexandre de Moraes, para discutir ações sobre o uso do aplicativo durante as eleições deste ano".

Para Barroso, a ferramenta estaria se tornando uma espécie de ‘terra sem lei’ para a proliferação de milícias digitais e a possibilidade de banir o aplicativo no Brasil passou a ser observada.

Vale ressaltar que o Telegram tem grande penetração entre os conservadores no Brasil, concentrando milhões de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, e figuras de destaque que atuam neste ‘setor’ da política nacional.

Bia Kicis ressaltou que as outras plataformas sociais já sofrem com este tipo de interferência e citou o exemplo do Facebook:

“A justiça eleitoral quer ter o controle dos aplicativos. Teve uma época que eles mandaram suspender umas contas de uns conservadores e o Facebook se recusou. Eles ameaçaram prender um funcionário do Facebook, aí eles foram lá e removeram a conta do pessoal. Eles não estão conseguido ter controle nem sobre o Telegram e nem sobre o Gettr. A gente quer debater, só que existem hoje os que se julgam os donos da verdade. Eles não querem o debate e não existe democracia ou eleições justas, se não existe o debate. A fraude já começa aí”, ressaltou a parlamentar.

Vale destacar ainda que o controle das plataformas sociais, com milhões (ou talvez bilhões) de inscritos, é de grande interesse da velha mídia, que deixou de ter o monopólio da informação, perdendo influência e, por consequência, audiência, espectadores e assinantes, acumulando prejuízo ou mesmo fechando as portas em todo o mundo.

No vídeo, Kicis cita um ataque da revista Veja, em reportagem contra os aplicativos considerados conservadores, mas nem é preciso ir tão longe para compreender o jogo de interesses.

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