“Isso não deve ser interpretado de forma alguma como falta de eficácia das vacinas”, disse a diretora do Departamento de Imunização da OMS, Kate O'Brien, à imprensa nesta quinta-feira (9).
“À medida que aumenta a cobertura vacinal, entre os [novos] casos haverá uma proporção maior que corresponderá a pessoas vacinadas. Não é de estranhar que com mais pessoas vacinadas vejamos um maior número de recaídas entre elas”, afirmou.
Ela garantiu que “isso não significa que a vacina não proteja, mas que cada vez mais pessoas são vacinadas”.
“O que está muito claro é que o maior risco é para os não vacinados, por isso temos uma pandemia de duas velocidades, com os não vacinados representando entre 80% e 90% dos internados, disse a especialista na apresentação das recomendações mais recentes do grupo que assessora a OMS sobre questões de imunização.
Sobre a nova variante Ômicron e como ela responde às vacinas, os especialistas destacam que é muito cedo para comentar e que devemos aguardar a revisão das evidências científicas que serão coletadas nas próximas semanas.
O'Brien falou do temor de que a Ômicron gere nova pressão sobre o fornecimento de vacinas e que reverta a disposição que os países ricos têm demonstrado nas últimas semanas de doar o excesso de imunizantes aos países pobres e insistir em aplicar doses de reforço para toda a sua população – não apenas para os grupos de maior risco.
Conter a pandemia não funcionará "a menos que as vacinas cheguem a todos os países onde a transmissão continua e de onde vêm as variantes. É necessária uma estratégia global mais racional sobre como a pandemia será interrompida", disse a cientista.
O'Brien também confirmou que os dados analisados mostram que a imunidade oferecida pelas vacinas geralmente dura até seis meses.
Por outro lado, o grupo consultivo da OMS recomendou formalmente que os países agissem com flexibilidade no planejamento das próximas fases de seus programas de vacinação para conter a pandemia, que só na semana passada causou 4,1 milhões de novas infecções confirmadas e 52 mil mortes no mundo.
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