14/12/2020

Ajuste fiscal deve ditar ritmo do dólar

A mudança de comando nos Estados Unidos, a partir de janeiro, a promessa de uma vacinação em larga escala contra a covid-19 e a expectativa de avanço de reformas no Brasil têm retirado parte da tensão e feito os investidores voltarem os olhos novamente para emergentes, como o Brasil. Como reflexo disso, o dólar, que chegou a ficar perto dos R$ 6, passou a registrar quedas e agora se acomoda em um patamar mais próximo de R$ 5.

Na última semana, o dólar fechou em seu menor patamar desde junho. Em pouco mais de um mês, desde que começou o que parece ser um ciclo de desvalorização, a moeda já acumula queda de mais de 12% ante o real. Apesar disso, no ano a divisa ainda acumula uma alta de 25,8% e está em um patamar acima do previsto pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

Em março, pouco antes do recrudescimento das medidas de isolamento social tomadas para conter o avanço do novo coronavírus, o ministro chegou a dizer que, “se fizer muita besteira, o dólar pode ir a R$ 5”. Ele falou ainda que não acreditava em uma fuga de capitais. Na sexta-feira passada, a moeda fechou a R$ 5,05.

Na visão de economistas ouvidos pelo Estadão, são boas as chances de que a moeda permaneça nesse patamar mais baixo, desde que o País dê sinais positivos no manejo da economia na saída da pandemia.

Na avaliação de Affonso Celso Pastore, ex-presidente do Banco Central e sócio da AC Pastore e Associados, o movimento recente do dólar tem sido influenciado tanto por fatores externos quanto domésticos. Nos EUA, a eleição do democrata Joe Biden sinaliza uma maior estabilidade internacional, sobretudo na relação com a China. E o começo da vacinação reduz as incertezas que a pandemia da covid-19 trouxe.

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