20/08/2016

AGU vai cobrar dinheiro desviado por Gleisi, Meurer e outros 24 acusados na Lava-Jato


A Advocacia-Geral da União (AGU) planeja entrar com ações cíveis na Justiça pedindo o ressarcimento de dinheiro desviado da Petrobras por 26 investigados na Operação Lava-Jato, entre eles, dez deputados e três senadores. Na lista dois paranaenses: a senadora Gleisi Hoffmann (PT) e o deputado Nelson Meurer. A AGU ainda não contabilizou o prejuízo, mas levantamento do jornal O Globo nos inquéritos mostra que o grupo teria subtraído ao menos R$ 366,5 milhões da estatal. O dinheiro poderá ser cobrado com juros e correção monetária. A maior fatia desse total é creditada a parlamentares do PP, acusados de receber R$ 357,9 milhões de propina de contratos de empreiteiras com a Petrobras. Com informações de Carolina Brígido e André de Souza.
Nos últimos dias, o advogado-geral da União, Fábio Medina Osório, enviou ofícios ao Supremo Tribunal Federal pedindo o compartilhamento de provas de 12 inquéritos da Lava-Jato já em fase avançada de apurações. Se o relator dos casos no STF, ministro Teori Zavascki, concordar, os advogados da União analisarão se vão ajuizar ações para pedir o ressarcimento de valores desviados, a condenação de políticos por improbidade administrativa ou a abertura de processos administrativos.
Devem ser cobrados na Justiça pelo dinheiro desviado os Senadores Gleisi Hoffmann (PT-PR), Valdir Raupp (PMDBRO) e Benedito de Lira (PPAL). Entre os deputados na lista, oito são do PP: José Otávio Germano (RS), Luiz Fernando Faria (MG), Roberto Teixeira (PE), Roberto Britto (BA), Mário Negromonte Júnior (BA), Arthur Lira (AL), Dudu da Fonte (PE) e Nelson Meurer (PR). Completam o grupo os deputados Vander Loubet (PT-MS) e Aníbal Gomes (PMDB-CE).
Entre os investigados sem mandato parlamentar que poderão ser alvo do mesmo tipo de ação estão Paulo Bernardo, que foi ministro dos governos Lula e Dilma; Mário Negromonte, ex-ministro das Cidades de Dilma; o ex-deputado João Pizzolatti (PP-SC); e o empreiteiro Ricardo Pessoa.
Nos ofícios enviados ao tribunal, Osório lembra que as diligências da Polícia Federal já foram concluídas nos casos. Ele também lembra que instrução normativa da corporação “determina que deverão ser comunicadas à Advocacia-Geral da União as investigações realizadas pela Polícia Federal que resultem na constatação de desvio, malversação de recursos públicos ou lesão ao erário”. O chefe da AGU pede o compartilhamento de provas “para que sejam adotadas as medidas judiciais de natureza cível e administrativa na defesa dos interesses do ente central”.
A AGU informou, em nota, que “cumpre regra que determina obrigatória atuação em defesa da probidade administrativa” ao encaminhar as petições ao STF. O órgão também explicou que tomou a atitude a pedido da Polícia Federal.

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