16/12/2015

Não ficará pedra sobre pedras


Fábio Campana

Depois do que aconteceu ontem, a República não será mais a mesma. Vejam bem, não sobrou uma instituição política de pé. Da presidência da República aos partidos políticos, passando pelo Senado e pela Câmara de Deputados, tudo ficou sob a suspeição de funcionar como instrumento de quadrilhas de corruptos que assaltam o Estado e são capazes de destruir, pelo roubo, uma empresa do tamanho da Petrobras.

A pauta do Brasil passou a ser a pauta determinada pelo Judiciário, pela Polícia e pelo Ministério Público. E me ponho a pensar que corremos o risco de oscilar do Estado dominado pela corrupção para o Estado dos excessos no plano judicial e da desestruturação de todas as instituições políticas sem as quais não há democracia.

Tudo bem, repetem as almas parvas, o Brasil está passando por uma higiene cívica. Sim, mas os remédios, em doses mamutianas e através de métodos não reconhecidos na via democrática, acaba com tudo que tenha poder originário, no voto. Isso cheira mal. Lembrem da Itália, modelo para o juiz Sérgio Moro. Depois da Operação Mãos Limpas não ficou pedra sobre pedra. Abriu-se então o vazio institucional que propiciou a Era Berlusconi. Será que o nosso destino será esse? Oremos.

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